quarta-feira, 26 de abril de 2017

Se seu filho está te tirando do sério, isto é sério!

Excelente artigo!

"Se seu filho te tira do sério, isso pode ser sério!

Na verdade crianças não “tiram os adultos do sério”.
Adultos já estão “fora do sério”.
Adultos vivem “fora do sério” por questões pessoais!
Por suas próprias frustrações, preocupações, medos, mágoas, receios, pressa, pressões externas e internas.
Os adultos estão constantemente fora de si, desarmonizados, encolerizados, contidos, como bombas prestes a explodir.
O que acontece é que mais facilmente se deixam explodir quando precisam lidar com quem é menor, mais frágil, indefeso, quando lidam com quem  não precisam temer uma retaliação…
Por isso, antes de se permitir “sair do sério” com uma criança, reflita se você já não está “fora do sério” por outras razões em sua vida, razões que só você pode (e deve) tentar mudar!
Talvez seja a vida apressada, cheia de horários controlados por segundos preciosos, que não podem ser “perdidos” por causa de uma criança, que precisa andar mais devagar para olhar pedrinhas na calçada.
Talvez sejam as contas para pagar e os prazos para cumprir, que consomem, além de energia física, uma preciosa tranquilidade mental, tão necessária para desfrutar da companhia dos filhos.
Talvez sejam as expectativas pessoais, que visam sempre um futuro melhor, mas fazem esvair por entre os dedos qualquer possibilidade de viver o agora, e tal impossibilidade grita através do choro dos filhos, que imploram neste momento a atenção de hoje.
Adultos estão constantemente “fora do sério” por causa das mágoas do passado, da pressa no presente e das angústias do futuro!
E as crianças, na verdade, precisam de muito pouco.
Porém, o pouco que elas precisam é algo que se tornou muito difícil para nós, adultos!
Elas precisam de tempo de qualidade, de olhar demorado, de presença verdadeira, sem TV ligada, sem atender o celular no meio da brincadeira, precisam de uma volta na pracinha sem um “anda logo”.
As crianças não nos tiram do sério, não nos cobram nada, é que nós, preocupados, ansiosos e infelizes, nos sentimos cobrados internamente, e quando uma criança nos pede algo simples, lá no fundo sentimos vergonha, pois descobrirmos que somos, ou estamos, incapazes de realizar mesmo as coisas mais simples.
São as coisas simples que carregam em si as maiores alegrias.
Nossas escolhas, conscientes ou não, determinam muitas coisas em nossas vidas, e as crianças chegam depois que muitas dessas escolhas já estão solidificadas; e chegam em meio a um turbilhão de preocupações, prazos, horários, dívidas e metas, chegam silenciosas em meio a mil vozes que nos dizem que são elas, as crianças, que precisam se adaptar e se encaixar.
As crianças chegam nos pedindo um pouco mais de tempo, passos mais lentos, olhares mais atentos, abraços sem pressa, sorrisos sem limites…
Chegam nos mostrando que nem nós deveríamos aceitar nos encaixar na vida atribulada e vazia, que nos consome na mesma medida que consumimos cada dia sem sentir, sem perceber.
As crianças não nos cobram, elas nos mostram que estamos incapazes de desacelerar, de sorrir, de contemplar, de cantar ou dançar, de respirar e suspirar, de sentir alívio ou paz.
E em vez de refletirmos sobre nossas escolhas, que podem não ter sido as melhores até então,  mas que podem melhorar, ou até mesmo serem diferentes a partir de agora, a gente “prefere” brigar com as crianças, bater nas crianças, sair do sério com as crianças!
Os filhos nos lembram constantemente sobre o que realmente importa, especialmente quando nem queremos que nos lembrem dessas coisas.
Os filhos querem apenas um pouco mais da gente mesmo! Mas isso se tornou quase impossível, pois perdidos entre as experiências do passado, a pressa no presente e o medo do que virá amanhã, nem conseguimos nos lembrar quem somos, ou quem queríamos ser...
Não lembramos mais quem somos em meio a tantas preocupações e angústias!
Precisamos refletir não sobre os adultos que nos tornamos, mas sobre as crianças que nós mesmos um dia fomos!
Tentar lembrar o que sentíamos, o que desejávamos, o que era importante para nós quando éramos pequenos!
Não existe criança que precisa apanhar para aprender, o que existe, infelizmente, é adulto que precisa bater, e que batendo, acredita que está ensinando algo bom.
Bater, agredir, gritar, deixar chorar, apressar, negar, brigar, culpar, ignorar…
E isso tudo por causa de suas próprias questões pessoais.
É difícil e trabalhoso enxergar que o problema no comportamento da criança pode ser a escola que ela é obrigada a frequentar, é muito difícil e trabalhoso enxergar que o problema pode ser o ritmo acelerado da vida que nós escolhemos.
Pode ser trabalhoso perceber que o problema pode ser as pessoas que rodeiam as crianças.
Pode ser difícil e doloroso enxergar que o problema pode ser a gente mesmo.
Por isso, e por muitas outras coisas, decidimos que o problema é a criança, e por não conseguirmos mudar o contexto que nós  vivemos, tentamos mudar a criança.
Romper com o passado, mudar o presente e temer menos o futuro, pode dar muito trabalho!
Então, decretamos que são as crianças que nos tiram do sério.
Quando cuidar e educar se limita a fazer dos filhos aquilo que a gente quer, quando se limita a enquadrá-los à força dentro de uma rotina alucinada, perdemos toda a leveza, a liberdade e a alegria.
Tudo se torna extenuante, e até o que é natural é percebido como se fosse um problema.
Existem métodos, dicas de disciplina positiva que podem indicar o caminho, mas não há soluções prontas, especialmente se o que os pais procuram é um método milagroso que elimine todo e qualquer conflito.
As situações tensas, os embates, as crises, sempre vão existir, e são parecidas em todas as famílias, o que difere é a capacidade que algumas pessoas tem de lidar com elas de uma forma mais leve e produtiva.
Não adianta querer ser imediatista. E atualmente todos sofremos deste mal, queremos ser atendidos imediatamente, queremos que as encomendas cheguem o quanto antes, queremos que a fila ande o mais rápido possível, nós, os adultos, queremos que o link abra em um segundo, queremos o resultado já, agora, neste instante.

E no que diz respeito a relações humanas, o tempo de resposta não está na velocidade de um clique, a resposta está na confiança que se planta a cada dia, mas se colhe num tempo que não podemos controlar.

Criar e educar é uma construção diária, lenta, trabalhosa, que se prolonga por todo o tempo que durar a relação, ou seja: provavelmente a vida inteira.
O diálogo, a confiança e o respeito se constroem dia a dia, nas coisas simples, através dos detalhes.
Algo que aparentemente não deu certo em uma determinada situação pode ter sido uma semente a germinar e gerar frutos benéficos em um futuro próximo ou distante.
Nada se perde no que diz respeito aos cuidados com os filhos!
A maioria das situações de conflito que surgem, especialmente as rotineiras, as que se repetem, podem ser evitadas e contornadas.
Os momentos de crise, de embate entre pais e filhos, podem ser superados de forma harmônica e construtiva, isso se houver um pouco mais de paciência, boa vontade, autoconhecimento e tempo, coisas que dependem dos adultos e não das crianças.
Carl Gustav Jung já dizia que se você encontrar algo que gostaria de mudar em uma criança, deveria antes se perguntar se não há algo que você deveria mudar em você mesmo.

Antes de erguer a voz para uma criança, reflita sobre o quanto está ouvindo a sua própria voz interior, e se está sendo capaz de compreender o que esta voz lhe diz.

Antes de erguer a mão para uma criança, reflita sobre o quanto está erguendo a mão para mudar o que não está bom, dentro e fora de você...

Que nos sirva apenas de alerta, ou como um convite para refletirmos, que sempre há muito a ser mudado em nós mesmos, quando temos o ímpeto de mudar algo em uma criança!"

Luzinete R. C. Carvalho  (autora)

terça-feira, 28 de março de 2017

Star Wars sob a Luz da Psicanalise - Edipo Jedi



     Porque Star Wars atrai tanto a uma criança de quatro anos ? O que existe por tras de tantos droides, robos, lutas, espaco intergalactico, saibres e Darth Vader? Essas e outras perguntas brotaram em minha mente observando meu filho venerando essa saga. E sem duvida alguma,  merecia uma releitura provocativa e talvez seja mais bem entendida como algo muito diferente, uma historia profundamente edipiana sobre pais, filhos e maes indisponiveis. 
      Freud atravessa essa saga permeando a busca desesperadamente de um filho orfao - Anakin( Darth Vader) por algum tipo de figura paterna, sobre quem ele e inevitavelmente ambivalente. Em primeiro lugar, tal figura e QUIN-GON; entao e OBI- WAN, e finalmemte o IMPERADOR.
       O caminho de Anakin pelo lado sombrio se inicia quando sua mae e morta, Em certo sentido, e apaixonado por ela. Todos os filhos nao sao apaixonados por suas maes? Desse ponto de vista, a tragediu imenso poder eles parecem capazes de qualquer coisa.
          Em Star Wars, Anakin, e a figura satanica, a personificaco do mal. Ele foi tornado bom porque seu filho insiste em ver bondade nele e dcide ama-lo; e por que Anakin escolhe retribuir esse amor.
           A Redencao e precedida por uma luta feroz entre pai e filho( todo filho deseja muito isso , e tb odeia essa ideia e e tb aterrorizado por ela - Edipo). Vader deveria ganhar, ( como o fez em o imperio contra -ataca) ele e muito maior e parece mais forte, mas treinado por Yoda, Luke consegue se impor. Vader, forcado a recuar, perde o equilibro e e derrubado escada abaixo, Luke fica no topo, pronto pra tacar, a beira da vitoria ele se recusa a ir ate o fim e diz: "Eu nao vou lutar com vc Pai"e Vader responde: " Vc e tolo baixando a guarda" Nesse momento Luke , tomado pela furiado lado sombrio, usa sua raiva e decepa a mao direita de seu Pai na altura do pulso. Vader entao, fica a merce de seu filho e o imperador diz:"seu odio o fez poderoso, agora cumpra o seu destino e tome lugar de seu pai ao meu lado"Luke rejeita a ideia de cometer parricidio e diz" Vc falhou alteza! eu sou um jedi, como era meu pai antes de mim", Dai entao, o imperdador tenta matar Luke e Luke pede: "Pai, me ajuda", nesse momento, vader ergue o imperador e o arremessa para a morte, salvando seu filho Luke, porem o proprio Vader esta morrendo…Ele diz vaiLuke, Vc ja me salvou - Nesse momento, podemos percerber a redencao e a elaboracao do Edipo.
           Afinal, o filho era bom, e tinha vindo dele, entao deveria haver algo de bom nele tb. 
            Uma razao pela qual nos amamos outras pessoas, e que elas nos ajudam a amar a nos mesmos. Luke fez isso por Anakin( Darth vader), e Hans solo tentou faze-lo por Kylo Ren.
            Para um conto de fadas isso e perfeito pois ajuda a crianca identificar seus desejos,  seus temores e suas escolhas que sao pertinentes a essa idade.
          Espero ter respondido a pergunta inicial, com certeza, meu olhar e total tendencioso e a de Darth Vader e uma complexa e psicologicamente aguda reformulacao da historia de Sofocles.
        Para cada crianca, uma pai deve parecer, as vezes uma especie de Vader - grande, alto, assustador, com uma voz profunda e retumbante, insanamente poderoso e, pelo menos, potencialmente violento. Para qualquer crianca, um pai e tanto jedi- suave, tranquilizador e bom como Vader- feroz e sufocador de pensamentos. Entretanto, todo pai vai oferecer a sua propria combinacao, mas imenso poder eles parecem capazes de qualquer coisa.
          Em Star Wars, Anakin, e a figura satanica, a personificaco do mal. Ele foi tornado bom porque seu filho insiste em ver bondade nele e dcide ama-lo; e por que Anakin escolhe retribuir esse amor.
           A Redencao e precedida por uma luta feroz entre pai e filho( todo filho deseja muito isso , e tb odeia essa ideia e e tb aterrorizado por ela - Edipo). Vader deveria ganhar, ( como o fez em o imperio contra -ataca) ele e muito maior e parece mais forte, mas treinado por Yoda, Luke consegue se impor. Vader, forcado a recuar, perde o equilibro e e derrubado escada abaixo, Luke fica no topo, pronto pra tacar, a beira da vitoria ele se recusa a ir ate o fim e diz: "Eu nao vou lutar com vc Pai"e Vader responde: " Vc e tolo baixando a guarda" Nesse momento Luke , tomado pela furiado lado sombrio, usa sua raiva e decepa a mao direita de seu Pai na altura do pulso. Vader entao, fica a merce de seu filho e o imperador diz:"seu odio o fez poderoso, agora cumpra o seu destino e tome lugar de seu pai ao meu lado"Luke rejeita a ideia de cometer parricidio e diz" Vc falhou alteza! eu sou um jedi, como era meu pai antes de mim", Dai entao, o imperdador tenta matar Luke e Luke pede: "Pai, me ajuda", nesse momento, vader ergue o imperador e o arremessa para a morte, salvando seu filho Luke, porem o proprio Vader esta morrendo…Ele diz vaiLuke, Vc ja me salvou - Nesse momento, podemos percerber a redencao e a elaboracao do Edipo.
           Afinal, o filho era bom, e tinha vindo dele, entao deveria haver algo de bom nele tb. 
            Uma razao pela qual nos amamos outras pessoas, e que elas nos ajudam a amar a nos mesmos. Luke fez isso por Anakin( Darth vader), e Hans solo tentou faze-lo por Kylo Ren.
            Para um conto de fadas isso e perfeito pois ajuda a crianca identificar seus desejos,  seus temores e suas escolhas que sao pertinentes a essa idade.
          Espero ter respondido a pergunta inicial, com certeza, meu olhar e total tendencioso e profissional.

sexta-feira, 11 de março de 2016

Retomando 3,2,1....Somos um completo de-vir

Meus Queridos,

 Depois de algum tempo, estou retomando meu blog com forca. A Funcao Materna me virou do avesso mas decobri que esse avesso e o meu melhor lado.
 Parei aqui, porem em minha clinica continuei as atividades 3 meses pos-parto...
 E nesse tempo, me vi diante de uma nova realidade, atravessada de alegrias, porem, com novas questoes, questoes estas, que me fizeram pensar o sujeito como um navegante, se adaptando as adversidades, como consequencia de suas escolhas.
Uma (re)-construcao de identidade, e com ela novas prioridades, escolhas e muita renuncia. 
Entretanto, estou aqui, pelo desejo que me move de repassar o que ha de mais sublime no ser humano, as emocoes e suas vertentes.

E que vcs continuem me acompanhando nesse (de)- Vir
um bjo em todos